Corações são assim contraditórios. Aumentam e diminuem. Se abrem, se fecham. Afrouxam, apertam. Ora estão no ritmo, ora fora do compasso. Ora no peito, ora na garganta, ora nas mãos. É uma bomba que não explode, mas pode deixar tudo aos pedaços.
Nunca entendi o coração de Drummond -ora maior ora menor que o mundo ( como pode?) - até viver isso com meu próprio coração. É verdade Drummond, tem hora que dá um aperto na gente e ele fica pequenininho, pequenininho... nele não cabe a dor que se sente, nem sofrimento do mundo, nem a hipotência da gente. "Não meu coração não é maior que o mundo... é muito menor". Eu sei, é verdade. Mas as vezes também, quando a gente sonha, o coração pode crescer, dilatar, expandir. A gente pode até sofrer de cardiomegalomania! Ele pode se tornar mais vasto que o mundo ... e ir além. Onde antes, nossos corações pequenos não conseguiam alcançar...