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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Razões


A vida é menos sobre sucesso e mais sobre sentido.
Então, por que você faz o que você faz?

terça-feira, 17 de abril de 2012

O Médico e o Monstro?

Acontece alguma coisa muito delicada quando um médico se torna empresário da saúde. Às vezes as coisas parecem confusas, e é preciso tomar cuidado para que o empresário não destrua o médico, só isso. Para que o capital não destrua a arte.

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segunda-feira, 26 de março de 2012

Terminal




"Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas, 
E a nossa conta nunca está em dia."
Mário Quintana

Estamos todos partindo. Mas não costumamos nos preparar para isso. Nem para a nossa partida, nem para a partida de quem amamos. Vivemos evitando a morte a todo custo, ela é banida até dos nossos pensamentos.  Mas como seria dormir e acordar num lugar onde o anjo da morte passasse todas as noites? Você conseguiria dormir um sono tranquilo se tivesse a certeza de que  existe fortes chances de alguém ali não acordar? E há a probabilidade desse alguém ser você? Nem os meus pacientes.

É muito difícil trabalhar com doentes em fase terminal. É muito dificil vê-los indo embora, deixando para trás um leito vazio. Um coração vazio - cheio de saudade. É muito difícil dar a notícia, por mais clara - por mais óbvia que seja ( ou pareça ser). É muito difícil entender de que não se trata de 'ganhar' ou 'peder', mas é sobre 'como as coisas são'. A vida é assim, um dia ela acaba. E o que podemos fazer é procurar viver da melhor maneira possível. O que podemos fazer é amenizar o sofrimento o máximo possível. Com o tempo descobrimos que as nossas palavras, nossa maneira de olhar, nosso abraço - tem um poder analgésico muito mais potente que qualquer opióide.  Fármaco nenhum pode penetrar a alma... 

"Se puderes curar, cura;
Se não puderes curar, alivia;
Se não puderes aliviar , consola..."

domingo, 29 de janeiro de 2012

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Mergulho



Eu pensava que era um poço de sonho e de vontade.
                   Na minha pretenção de matar a sede do mundo, descobri que sou gota                             
Eu sou só uma gota de sonho e de vontade, e não basto para minha própria sede.



                                                           



domingo, 18 de dezembro de 2011

Risonha

Eu nunca vou esquecer
Que na noite que a gente se conheceu
A lua estava sorrindo.
E você sorria também
E eu (...)

E para mim, todas as pessoas que passavam sorriam
E as vendedoras nas barracas sorriam,
Sorria a rua, e todas as estrelas sorriam no céu
Acho até que, se brincar, Deus lá de cima
Olhava pra gente sorrindo também

Nunca vou esquecer que na noite risonha que a gente se conheceu
Tocava Chico.

E no fundo, acho que o que a gente já sabia que seria obrigado a ser feliz


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Talvez


"You broke the bonds, and you loosed the chains
Carried the cross and all my shame, You know I believe it
But I still haven't found what I'm looking for"




Agora que me perdi, talvez eu finalmente me encontre.
Talvez, perdida assim, esteja finalmente trilhando o caminho certo
Talvez se perder não seja assim, de todo ruim. Lembra de todas as vezes
que você sabia para onde estava indo, sem chegar a lugar algum?
Talvez esta incerteza que  incomoda seja melhor do que as certezas que pensamos ter.
A certeza acomoda.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Borboleta


As vezes uma tristeza vinda de não sei onde vem me visitar
Pousa no meu peito. Fica alguns minutos. E depois vai embora
Feito borboleta. Feito passarinho.
Procurando alegria para se alimentar

 (....)

domingo, 25 de setembro de 2011

Explicação II



Hoje de manhã uma lembrança saudosa veio me visitar. Quando eu tinha oito anos, a abertura dos jogos da escola tinha como tema a Declaração Universal dos Direitos Humanos. O nosso paradidático era uma adaptação para crianças por Ruth Rocha. Li meu livrinho ilustrado várias vezes, achava o máximo. Ficava imaginando todas aquelas pessoas inteligentes e de bom coração vindas do mundo todo, para se reunir ali ao redor de uma mesa gigante e bolar um jeito de acabar com todas as injustiças -  Que pessoas legais! Que idéia brilhante para se ter!

A bandeira da turma ia ser escolhida a partir de um mini "concurso", onde todos desenhariam algo sobre o tema da sala: Igualdade. Meu desenho foi simples. Desenhei um índio, um chinês e um africano. Ganhei o concurso  - provavelmente não por ser o melhor, e sim a mais fácil de reproduzir - e desfilei com a bandeira. E eu nunca vou esquecer de como foi importante pra mim naquela noite levar a bandeira que representava, pelo menos para a gente, a igualdade de todas as pessoas do mundo...

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Madrugada




Madrugada. Uma lua distante no Céu.
A cidade apagada, e ela em sua casinha de papel
Está deitada, esperando um motivo para se levantar
Foi abandonada, dos olhos o brilho se apagou

E chama do caximbo foi a luz que encontrou
E a fuligem da fumaça vem da pedra preciosa que consome sua dor
Mas seus sonhos também !

Ela dorme, mas não consegue descansar
Ela anda - indo para nenhum lugar
Sua casinha é tão chique a beira mar....
Sua casinha é tão chique a beira mar....

Mas a pedra, Preciosa não pôde pagar
Então foram na casinha a visitar
E a chama do caximbo foi a luz (...) que a matou.
Pegou fogo sua casinha de papel...
Virou cinza - sua vidinha de papel
Quem vai colorir?

(Quero colorir...)

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

domingo, 11 de setembro de 2011

Parteira de Belém


(...) E então, a Eternidade, a Infinitude, a Imensidão de todo o Universo, o Brilho de todas as estrelas, todo o Desconhecido, todo Som, toda Poesia, toda a Música, o Princípio de tudo, a Palavra por meio do qual todas as coisas foram criadas. A Árvore da Vida se despiu de toda sua Glória e se transformou em grão. Grão de menino: que nem chora, nem reinvidica e cuja existência poderia muito bem ser ignorada. Quem iria dizer que Ele preparava a maior revolução da história? - grandes revoluções são assim, começam na surdina. O Grão de menino foi se dividindo, e dividindo se multiplicou. Como fez com aquele pedaço de pão e os peixinhos. Grão que vai sendo tecido em girino. Digo, Menino. Mãos e pés, um coração. Galopando.  Mergulhado na escuridão daquele ventre, o Espírito pairava sobre as águas. 

Vieste habitar em nossa pequenitude. Ah Menino Deus, que evento teu nascimento! Todo o Universo parou para te assistir. As estrelas como holofotes em cima de Ti. Que sorte a minha estar ali (...)  E quando chegou a hora, a Vida veio a mim, como que em um mergulho:  azul, pulsante, de olhos  negros bem abertos e com seus bracinhos extendidos tentando me tocar. Eu Te deixei me tocar. Como não o faria?  E nunca me senti tão amada. E nunca senti tanta paz. Como naquela noite inesquecível, em que a tua Vida veio a mim.


terça-feira, 30 de agosto de 2011

Reflexões de Uma Flecha II


No meio do caminho fui tomada pela sensação estranha de que talvez, de alguma maneira que eu não sei explicar, alcançando ou não o meu destino - o Arqueiro esteja lá. Talvez o segredo seja que Ele me lança para Ele mesmo. Talvez mesmo que eu me perca, Ele nunca me perca de vista. Talvez a verdade reconfortante seja que estou saindo e voltando para suas mãos...

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Reflexões de Uma Flecha I


Ele me tira das suas costas. Me põe entre os seus dedos calejados, agora. Fita os olhos no horizonte e sorri. Eu não entendo. Eu nunca entendo. Estica o fio da minha vida... Deve me lançar? Meu coração dispara. Meu fôlego some. Tento me prender, em vão. GRITO. Sou lançada no ar. Tudo passa por mim tão rapidamente: as pessoas, as paisagens, o tempo. E mesmo assim parece que estou há uma enternidade fazendo esse longo percurso entre as mãos do Arqueiro e o lugar onde tenho que chegar. Seja lá qual for a minha linha de chegada, meu porto, meu alvo - eu  não o enxergo. Eu tenho medo. E agora? Nessa parábola em  que fui lançada, em que ponto me encontro? Entre as nuvens. Não quero descer. Tenho medo. O que estará me esperando quando eu chegar? E se eu não chegar? E se eu sem querer me inclinar, e sair da rota e errar o alvo? E se for mais pesada ou mais leve do que deveria? E se eu me perder?

É tão difícil ser flecha (...)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

domingo, 21 de agosto de 2011

Pergunta


                                         Faith,
As vezes não te dá um medo medonho de que depois
de tanta busca a gente acabe não encontrando nada, não?

domingo, 14 de agosto de 2011

Père



Le rêve du héros, c'est d'être grand partout et petit chez son père "
Victor Hugo

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Menino-do-sorriso-doce [2]



Hoje encontrei o menino-do-sorriso-doce outras vez.
Está tomando a medicação, e me deu um abraço!
A vózinha dele está melhor da queimadura.
Se Deus quiser, ele não tem TB.


Ps.: Para entender esse post melhor, leia o anterior Sorriso Doce :)


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Abortamento



 Era uma vez uma flor amarela.
Mas ela nem conseguiu vencer nem o tédio, nem a náusea, nem o crack.


- Minha florzinha não teve a sorte da de Drummond.
 

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Explicação



Uma vez, quado eu tinha 4 anos, meu pai me levou pra voar de ultraleve. Eu nunca mais esqueci. O barulho do monomotor, as asinhas coloridas do avião, o cheiro do mar, todo aquele azul, o vendo assanhava meus cachinhos. O braço firme do meu pai me sergurava. Era tão perfeito. Eu estava tão contente. Uma vez, quado eu tinha 4 anos, meu pai me levou pra voar de ultraleve. E eu nunca mais pude por os pés no chão outra vez.