The beauty inside

Nunca gostei dos príncipes. Historinhas do tipo "branca de neve" e "bela adormecida" com seus príncipes bonitos, altos, fortes que vinham sempre correndo para salvá-las não faziam meu estilo. Eu preferia o menino-ladrão, esperto, magrinho que encontrava uma lâmpada mágica; o robin hood que fazia o xerife de sherwood de idiota, e cuidava dos pobres. Quando criança um dos filmes que eu mais gostava de ver era "a bela e a fera". O que me atraía?

A Fera.

Não que eu seja nenhuma bela. Nem que eu me apaixone por gente feia e bruta ou cabra safado. Não. A fera não é isso. A fera é um cara real. Minha mãe sempre foi muito sincera comigo e explicou que esse lance de príncipe a galope no cavalo branco não rola e que ser feliz pra sempre com alguém não é that easy. Ela dizia que qualquer relacionamento implica em "desgastar-se", e sejamos realistas : Amar é desgastante. Talvez o que me atraia na fera seja o desgaste já explícito, alguém sem disfarces, sem falsas pretenções de perfeição. O desgaste do mistério, da "curiosidade de saber". O desgaste para (domá-la? hahahauha espero que não) acessar um coração desconhecido de todos os outros. O desgaste para se impor as vezes. O desgaste para instilar doçura. Gosto da beleza que cavei para encontrar,parece minha por merecimento. Beleza que nem todo mundo sabe que existe, mas é verdadeira.