quinta-feira, 10 de maio de 2012

A Casa de Dona Tida

Não chove. As vacas morreram no caminho. Seu Rui. O vinho do Vale São Francisco. O Queijo Coalho de Cachoeirinha. João. Chico. O Chico, dos livros de geografia, de história e dos contos que ouvi. Olha o Velho Chico ali. Tão perto. E o dilema: tão seco, tão perto. A lua cheia. O luar do sertão das músicas que ouvi.  A noite clara. A pele escura. Os Praiás. Os índios como eu. Cafusos como eu. Confusos como eu. Amigos meus. Não chove. O Vaqueiro. As frutas têm nomes que eu não sei. O preço do feijão subiu. Não chove. O pé de Pau. O galo que me acorda toda manhã. A casa de Dona Tida. O menino que chora a noite inteira. A poeira da estrada.  O Pena Branca. As Aldeias. Bença vó. Todas as estrelas no céu das entranhas de Paranambuco. A pedra do índio. As pessoas que adoecem como eu. Que sonham como eu. A aldeia que é o mundo. A calma. O olhar de Dona Tida. O Toré. O cachorro doente. Passarinho que dorme muito cedo acorda de cabeça pra baixo. A poesia. A melodia. Não sei porque algo me lembra Monteiro Lobato. Doze filhos.O que pensa Dona Tida quando olha assim? O picolé de imbu. Pankararu. Tia, olha o que eu trouxe para você...

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