sábado, 30 de março de 2013

Manuel Bandeira




Meu caro Rui Ribeiro Couto, a mocidade
Promete mais que dá. Sonhamos se dormimos,
E sonhamos quando acordados, Altos cimos
Da aspiração, que em torno vê só a intensidade!
Assim, amigo, foi você; assim eu fui.
Mas terminada a mocidade, o sonho rui?
Não, não rui. Pois o sonho, amigo, não é cousa
Feita de pedra e cal: o sonho é cousa fluida.
Enquanto dura a mocidade, que não cuida
Senão de se gastar, nem para, nem repousa,
Vai de despenhadeiro a outro despenhadeiro.
Mas com o tempo serena e flui como um ribeiro.

Um dias as ilusões de Vitorino Glória
Se terão dissipado. Em cada nervo e músculo
Sentirá ele, na doçura do crepúsculo,
O que houve de melhor na sua louca história.
Apaziguado há de sorrir ao sonho roto,
E encontrará, dentro em si mesmo, o pouso, o couto

sexta-feira, 29 de março de 2013

Nelson Rodrigues



"Se o homem soubesse amar não elevaria a voz nunca, jamais discutiria, jamais faria sofrer. Mas ele ainda não aprendeu nada. Dir-se-ia que cada amor é o primeiro e que os amorosos dos nossos dias são tão ingênuos, inexperientes, ineptos, como Adão e Eva. Ninguém, absolutamente, sabe amar. D. Juan havia de ser tão cândido como um namoradinho de subúrbio. Amigos, o amor é um eterno recomeçar. Cada novo amor é como se fosse o primeiro e o último. E é por isso que o homem há de sofrer sempre até o fim do mundo – porque sempre há de amar errado."

sexta-feira, 22 de março de 2013

sexta-feira, 15 de março de 2013

Cura


Não é outro país. Não é outra língua. Nem tão distante de casa. 
Mas a sensação é meio que - a viagem começou! 
E apesar do que possa parecer aqui, não são eles precisam tanto de mim.
Sou eu quem mais procura cura nisso tudo. 
Eu que busco minha alma subindo nessa serra todas as manhãs...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

A Onda

 
Sonhei com uma onda gigante.
E no meu sonho, a onda gigante
Que eu pensava que seria minha destruição,
Foi justamente aquilo me impulsionou adiante.

Seja bem vinda mudança. Eu não vou me afogar

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Nos Braços do Rei do Orubá



Você foi o sentinela. Você nos avisou com a voz que não tinha, com todas as forças que não tinha. Com todo cuidado que não tinha. Ouvimos teu grito mudo e é certo que entendemos sua mensagem. Chegamos tarde demais? Não. Não será tão tarde para os outros. Então descansa sereno, pequeno, nos braços do Rei do Orubá...