Manuel Bandeira

Meu caro Rui Ribeiro Couto, a mocidade
Promete mais que dá. Sonhamos se dormimos,
E sonhamos quando acordados, Altos cimos
Da aspiração, que em torno vê só a intensidade!
Assim, amigo, foi você; assim eu fui.
Mas terminada a mocidade, o sonho rui?

Não, não rui. Pois o sonho, amigo, não é cousa

Feita de pedra e cal: o sonho é cousa fluida.

Enquanto dura a mocidade, que não cuida

Senão de se gastar, nem para, nem repousa,

Vai de despenhadeiro a outro despenhadeiro.

Mas com o tempo serena e flui como um ribeiro.

Um dias as ilusões de Vitorino Glória

Se terão dissipado. Em cada nervo e músculo

Sentirá ele, na doçura do crepúsculo,

O que houve de melhor na sua louca história.

Apaziguado há de sorrir ao sonho roto,

E encontrará, dentro em si mesmo, o pouso, o couto

Nelson Rodrigues

"Se o homem soubesse amar não elevaria a voz nunca, jamais discutiria, jamais faria sofrer. Mas ele ainda não aprendeu nada. Dir-se-ia que cada amor é o primeiro e que os amorosos dos nossos dias são tão ingênuos, inexperientes, ineptos, como Adão e Eva. Ninguém, absolutamente, sabe amar. D. Juan havia de ser tão cândido como um namoradinho de subúrbio. Amigos, o amor é um eterno recomeçar. Cada novo amor é como se fosse o primeiro e o último. E é por isso que o homem há de sofrer sempre até o fim do mundo – porque sempre há de amar errado."

Blog Novo, Vida Nova - ou seria o contrário?

Doutor, minhas costas doem, de todo o peso que eu carrego do mundo...
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Cura

Não é outro país. Não é outra língua. Nem tão distante de casa. 

Mas a sensação é meio que - a viagem começou! 

E apesar do que possa parecer aqui, não são eles precisam tanto de mim.

Sou eu quem mais procura cura nisso tudo. 

Eu que busco minha alma subindo nessa serra todas as manhãs...