sábado, 31 de julho de 2010

Balmasque

Masquerade! Paper faces on parade! Masquerade!
Hide your face, so the world will never find you! Masquerade!


A vida em um baile de máscaras. A vida é um baile de máscaras? As máscaras trazem consigo a fantasia que buscamos para nossa vida real. Poder não ser você. Poder ser qualquer outra pessoa, quem você quiser. Estar confortavelmente escondido/protegido atrás de um rosto que não é o seu. Máscaras fascinam. Na verdade elas vêm fascinando o homem desde os primórdios - desde a áfrica até o japão. da grécia às américas. Não importa quão diferentes sejamos, todos gostamos de às vezes esconder nosso rosto. Do Mistério. Mistério presente em Livros, Filmes, Festas. No homem da máscara de ferro, no máscara, no fantasma da ópera, no zorro, no batman, no carnaval de recife? no carnaval de veneza? Dos bandidos às mocinhas. Todos fascinados pelas máscaras. Máscaras para tentar salvar o mundo, Máscaras para tentar roubar os bancos. Máscaras que fazemos em nós. Máscaras que nos tornamos. Por que tanto encantamento?


Vivemos a vida em um baile de máscaras...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A Tale of Two Cities


Starry Night Over the Rhone - Vincent van Gogh.

It was the best of times, it was the worst of times, it was the age of wisdom, it was the age of foolishness, it was the epoch of belief, it was the epoch of incredulity, it was the season of Light, it was the season of Darkness, it was the spring of hope, it was the winter of despair, we had everything before us, we had nothing before us, we were all going direct to heaven, we were all going direct the other way - in short, the period was so far like the present period, that some of its noisiest authorities insisted on its being received, for good or for evil, in the superlative degree of comparison only.




- Charles Dickens

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Wouldn't it be nice to live together?


Eu queria viver na Pangéia.
I wish I could live on Pangaea

I'm Back

I'm Here. I arrived in Recife on Saturday afternoon, 12 hours after leaving London. When I was taking the subway to leave, I still could not believe that next time I woke up it would not be there. I said goodbye to my friends (or family?). And just like everything else during those 30 days, the "adieu" also was just like a movie, complete with tears and rain (just the violins were missing in the background haha - but they were playing in my head, I think).


All my experiences, everything I learned, I could not write down here as much as I tried. I discovered things about myself that would remain hidden if I had not left home. I also discovered that no matter how far I am, I carry my "home" with me. My parents, my sister, my friends... But from time to time I'll accent things on my mind and "talk" about them here. It's great to be back. I'm happy. But you know what's weird? Before leaving I thought I was from Brazil. And indeed, I am. But now I feel as I belong also to other places in the world. As I could be happy in many other places as well ... As I belong to London, Rome, Prague, Seoul ...


Thanks for making me feel at home.
I miss you guys.
Can not wait to see you again...


Transitional Poem - Mário Quintana
We must leave, We must arrive
We must leave, We must arrive
Oh, how urgent this life is !
... However I really prefered to leave ...
and - until today - when I embark to somewhere
I accommodate myself in some place,
close my eyes and dream: travel, travel
but nowhere to go ... indefinitely ...
like a spaceship lost among the stars


ps.: sorry for my bad writting :P

De volta

Cheguei. Cheguei sábado a tarde, 12 horas depois de ter deixado londres. Quando eu estava pegando o metrô para ir embora, ainda não conseguia acreditar que da próxima vez que eu acordasse não seria ali. Me despedi das minhas amigas ( ou da família?). E como tudo durante esses 30 dias, a despedida também parecia coisa de cinema, com direito a lágrimas e chuva ( faltaram apenas os violinos de fundo haha - mas eles tocavam na minha cabeça).


Todas as minhas experiências, tudo que aprendi, tudo que vivi não conseguiria colocar aqui por mais que eu me esforçasse. Descobri coisas sobre mim que permaneceriam encobertas se eu não tivesse saído de casa. Também descobri que não importa o quão distante eu esteja, eu carrego minha "casa" comigo. Meus pais, minha irmã, meus amigos. Mas de tempos em tempos eu vou acentando as coisas em minha mente e falando sobre elas aqui. É muito bom estar de volta. Estou feliz. Mas sabe o que é estranho? Antes de viajar eu achava que era daqui. E de fato, eu sou. Mas agora sinto como se eu também pertencesse a outros lugares. Como se em tantos outros lugares do mundo eu pudesse construir minha vida ... Londres, Roma, Praga, Seul...

Obrigada por me fazerem sentir em casa.
Sinto falta de vocês, pessoal.
Não vejo a hora de voltar...

Poema Transitório - Mário Quintana
(...) é preciso partir é preciso chegar
é preciso partir é preciso chegar...
Ah, como esta vida é urgente!...
no entantoeu gostava mesmo era de partir...
e - até hoje - quando acaso embarco
para alguma parte acomodo-me no meu lugar
fecho os olhos e sonho:viajar, viajar
mas para parte nenhuma...viajar indefinidamente...
como uma nave espacial perdida entre as estrelas.

ps.: O blog vai voltar a funcionar normal galera! :)

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Home Sweet, Home - Dia 10


Adaptada. Acho que é essa a palavra. Depois de uma semana, depois de ter feitos amigos de todos os lugares do mundo... Depois de fazer nossa amiga tcheca entender o significa "severinar", depois de ensinar nosso amigo edward a dançar forró, depois de explicar a nosso amigo italiano que nem toda brasileira sabe sambar... Depois de levar nossa amiga japonesa pra assistir o jogo do brasil, comer feijoada e balançar nossa bandeira... Acho que posso dizer que me sinto mais em casa. Estou me sentindo super bem, estou muito feliz.


Quando eu tinha os meus 4 anos, chorava litros porque meu cabelo não era escorrido como o da minha mãe. Durante a minha adolescência não sabia o que fazer com os meu cachinhos... mas eu agradeço a Deus por eles hoje. Eu não sou negra, não sou branca, meu cabelo não é ruim, nem bom. Eu sou uma mistura... e por mais que tenha gente do mundo inteiro aqui, parece que eles não se misturam. Isso faz com que eu chame meio que atenção, o que dizem por aqui é que eu sou a "típica mulher brasileira"! Hahaha. As minha colegas passam por européias, mas qualquer pessoa que vem falar comigo pergunta: "where are you from?" Todo mundo sabe que eu não sou daqui. Está escrito no meu rosto. Nunca me senti tão brasileira.


Fiz muitos amigos essa semana. Conheci um inglês que foi trabalhar na África pela UNICEF ajudando a construir escolas e tals. Erika disse que agora ele é meu ídolo! Ele até me ensinou como que faz pra ser chamada nessas campanhas! Fomos na casa de uma família inglesa, fizeram um "barbecue" só pra gente! Fizemos amigos poloneses que falaram da cor da minha pele, e do meu curly hair. Amigas coreanas, milhares! Elas são lindas e gostaram da minha blusa do Brasil. Tenho um amigo turco, conheci um mohammed, tem a Nara da mongólia... Caramba. Eu sempre sonhei com algo assim... como estou amando tudo isso, vou sentir tanta saudade... Quer uma dica? Se você quiser conhecer o mundo inteiro e só poder viajar para um lugar, venha para Londres.



segunda-feira, 21 de junho de 2010

Dia 3 - Alien


"Alguma coisa acontece no meu coração (...)
É que quando eu cheguei por aqui, eu nada entendi..."


A gente só está aqui há três dias, mas aconteceu tanta coisa, que parece que passaram semanas. Andamos de ônibus, de metrô, pegamos o metrô errado, nos perdemos, nos encontramos, fomos no Hyde Park, levei carreira de esquilo, fomos em Notting Hill, na Oxford Street, na Portobello Road... Fizemos a feira, compramos lembracinhas, lanchamos, cansamos, subimos e descemos um milhao de escadas.


É tanta coisa para ver que minhas retinas não dão conta. Nem a minha mente. Tudo é lindo aqui, as mulheres parecem barbies, os caras parecem artista e os bebês são todos da johnson! Pelo menos na área que a gente está morando... Quando fomos pra Oxford Street fiquei encantada com a diversidade desse lugar! Ingleses, Chineses, Indianos, Negros, Árabes... E perceba, é diverso mas não é misturado. Chines é CHINES. Indiano é indiano. Não é como aqui no Brasil, três em um. Meu Deus, eu me sinto um Alien. Não existe ninguém parecido comigo, ninguém mestiço como eu , até porque muito dos brasileiros daqui, se confudem com os ingleses.


Mas o pior, foi ir assistir o Jogo do Brasil. Primeiro, era JOGO DO BRASIL e as pessoas continuavam suas vidas normais. COMO ASSIM? Tem que parar TUDO. Segundo, foi bola fora ir num PUB e só depois descobrir que todos estavam torcendo pela Costa do Marfim... Terceio: cadê meu pai narrando o jogo? Cadê a gordinha comentando? Minha mãe rindo? Tão estranho. Pra vocês terem noção, senti falta até do Galvão!


Ah, Depois de dois dias de fast food, finalmente encontramos um restaurante Brasilero em conta: FEIJODA + GUARANA. E na minha sala tem um Argelino, três koreanas, um italiano, um carinha de andorra... e o resto ainda vou descobrir. Meu professor de gramática é um velhinho chato, mas o de conversação é legal. O nome dele é algo tipo "kahal", ele me chama de "Iniline". Hahaha. Ai! Como é estranho ser "diferente" ... mas dizem que London is a roost for every bird. Bem, tomara que sim!

Beijo!

sábado, 19 de junho de 2010

Dia 1 : Contornando a Imensa Curva...


Muita coisa aconteceu ontem. Muitas coisas acontecem sempre apesar da nossa vida e dos nossos planos. Ontem, foi o dia do nosso voo, foi o dia em que Saramago morreu, foi aniverário de Polyana e a alemanha perdeu! (UFA). Apesar de ficar triste pela morte de saramago e passar a viagem inteira desejando feliz aniversario para Poly, meu coração estava mesmo no avião. Contornando uma imensa curva. Não sei de onde até onde.


Tem gente que não gosta de voar de avião. Confesso que quando a gente vai puxando a malinha e subindo a rampa pra entrar na aeronave dá um frio na barriga! Quando ele tá decolando também... quando tá aterrisando, quando tá lá em cima... mas enfim. É o máximo. Passei praticamente 10 horas voando pra chegar! O "trânsito" aereo estava congestionado e precisamos ficar fazendo hora no céu antes de "estacionar" Hahaha. Mas a viagem foi muito divertida. A ansiedade era tanta que engoli o chocolate quente de vez na salinha do embarque e queimei minha lingua ( até agora sinto as papilas ardendo! hahaha) . Quando sentamos , fiquei 30 min catucando o controle remoto para descobrir como ligar a TV. Assisti três filmes, ouvi todas as estações do radio, vi desenho animado, comi... mas a parte mais emocionante, foi lá pra 23:00 quando sobrevoamos a AFRICA! Eu passei por cima de Cabo Verde, Casablanca! E lá estava ela, linda lá embaixo, brilhando pra mim. Eu puxei a cordinha e gritei: PARADA DESCE! Mas parece que ninguém me ouviu. Eu nunca imaginei que a primeira vez que eu visse seria assim, de passagem. Brilhando no escuro...

Quando a gente passa 10 horas voando e ESQUECE de levar um livro, a gente passa muito tempo pensando. E eu estava tão feliz que até nos meus piores pensamentos: E se o avião cair/ e se cair na costa africana com tubaroes/ e se morressemos todos - eu ainda estava no lucro. Indo prum lugar ainda melhor que Londres...


Quando eu vi recife pequeniniha lá embaixo, deu aperto no peito e saudade
Quando eu vi a áfrica pequenininha lá embaixo deu aperto no peito e vontade
Quando vi a inglaterra lá embaixo... parecia que a paisagem tinha saído de algum livro que eu li, de algum filme que eu vi... e que agora estava vivendo. Saramago disse que a gente sempre chega onde esperam por nós... Na verdade eu nem sei o que espera por nós aqui. Mas o pouco que eu sei é suficiente pra mim agora: Graças graças a Deus, CHEGAMOS.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Despedida?

Caducos do meu coração, sexta agora vou estar viajando! Vou passar um mês fora. Não sei se vou ter tempo pra postar músicas, videoclips, textinhos legais e afins. Não sei se vou ter tempo pra filosofar aqui. Acho que durante esse período se eu aparecer, provavelmente O Mundo Caduco vai se tornar um diário de bordo, com fotos, vídeos e impressões da viagem. Espero que vocês não se importem. Final de julho volta tudo ao normal.

Beijo!



sábado, 12 de junho de 2010

A Receita do Bolo

Quando você chegar, não venha correndo. Não bata a porta. Não jogue a chave em cima da mesa. Não seja bruto. Não tenha pressa. Seja sutil, por favor - que eu sou muito assustada. Venha de mansinho, tire os sapatos, chegue na ponta dos pés. Não ascenda a luz. Não me acorde. Não me deixe perceber que você está aqui. Não seja descarado. Lembre sempre que eu sou subjetiva demais... Me deixe desconfiando da sua existência e as vezes finja não se importar. Eu preciso não saber. Eu preciso duvidar. A verdade é que sou covarde, e evito tudo aquilo que desconheço. Preciso de tempo para me acostumar. Não seja precipitado, não me faça fugir. Também não demore tanto, como se tivessemos todo tempo do mundo. Quando eu estiver virando as costas para ir embora, apareça. Me impeça. Me deixe descobrir como eu quero você. Não faça as malas. Não venha se estiver só de passagem. Nunca durma chateado comigo. Me inclua nos seus planos. Faça planos comigo. Não me deixe em segundo plano. E tenha a certeza de que vou querer fazer de tudo para te agradar, quando você chegar, meu amor.

 

And walking arm in arm
You hope it don't get harmed
But even if it does
You'll just do it all again