terça-feira, 13 de abril de 2010

Bela


Semana passada ganhei uma rosa. Linda, vermelha, cheirosa... VIVA. Hoje me peguei tentando enxergar beleza na florzinha que agonizava. Ela foi colocada bem em frente ao espelho desde o primeiro dia que chegou. Terá sido uma boa idéia? Não deve ter sido nada agradável ter visto suas petalaszinhas escuredendo e o caule se curvando como a coluna de uma velhinha dia após dia. Não é mais viva, nem vermelha... Fica lá, bem quiet, com sua tonalidade acizentada, nada saudável. Enquanto passava por aqui, lamentei a velhece da rosinha. Mas por que?


Ora, porque flores são como tudo na vida - como as pessoas que conhecemos, como os relacionamentos que temos, e até como nós mesmos. No começo tudo é bonito e forte. E tudo parece durar pra sempre. Mas logo a gente descobre que não é bem assim, e quando as coisas vão definhando... não conseguimos mais enxergar a beleza. E as vezes, asnos, até negamos que ela um dia existiu.


Mas por que a rosa deixou de ser linda, mesmo? Por que não me encanta mais? Por que eu sinto que devo tirá-la da minha sala e jogá-la fora? Simplesmente porque ela me lembra como as coisas funcionam. E se eu lamento, não é pela flor que murchou (...) Não é pela rosa que morre, e sim é pela vida que passa. Pela nossa beleza que passa.

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