Semana passada ganhei uma rosa. Linda, vermelha, cheirosa... VIVA. Hoje me peguei tentando enxergar beleza na florzinha que agonizava. Ela foi colocada bem em frente ao espelho desde o primeiro dia que chegou. Terá sido uma boa idéia? Não deve ter sido nada agradável ter visto suas petalaszinhas escuredendo e o caule se curvando como a coluna de uma velhinha dia após dia. Não é mais viva, nem vermelha... Fica lá, bem quiet, com sua tonalidade acizentada, nada saudável. Enquanto passava por aqui, lamentei a velhece da rosinha. Mas por que?
Ora, porque flores são como tudo na vida - como as pessoas que conhecemos, como os relacionamentos que temos, e até como nós mesmos. No começo tudo é bonito e forte. E tudo parece durar pra sempre. Mas logo a gente descobre que não é bem assim, e quando as coisas vão definhando... não conseguimos mais enxergar a beleza. E as vezes, asnos, até negamos que ela um dia existiu.
Mas por que a rosa deixou de ser linda, mesmo? Por que não me encanta mais? Por que eu sinto que devo tirá-la da minha sala e jogá-la fora? Simplesmente porque ela me lembra como as coisas funcionam. E se eu lamento, não é pela flor que murchou (...) Não é pela rosa que morre, e sim é pela vida que passa. Pela nossa beleza que passa.
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