Sempre pontual. Sempre tão gentil. Sem nenhum ressentimento, o ano se despede. Sorri pra você com saudade, vira as costas e lentamente vai embora - se juntar aos outros anos passados, se esconder na mémoria. Se perder? Deixando pedaços de si espalhados por aí em fotografias. Na cabeceira da sua cama. No quadro de avisos. Em alguns objetos. Nas mudanças que você sofreu. E se somaram a você. E não importa se foi bom ou ruim, ele sempre sabe quando chega a hora de partir e deixar você seguir a sua vida. Então ele se despede sim, através dos lugares, das coisas, do cheiro que fica. Da melancolia, da nostalgia que bate quando vira Dezembro. Através do som do natal, da grinalda velha e gigante que sua mãe pendura na porta ano após ano, nas frutas secas e nozes que seu pai compra para acompanhar o vinho. Nos rituais de família. Na falta de rituais. Nos rituais que você sente falta. Na falta que a família faz. Na necessidade que amigos a muito dispersos apresentam de se encontrar outra vez. No sorriso fácil das pessoas durante essa época do ano. Na repentina bondade que desperta nos outros. Nas caixinhas de natal. No calor do verão, no sol, no céu azul e límpido ... de Dezembro. Nas luzes que ascendem e apagam, ascendem e apagam, ascendem e apagam freneticamente. Ou não. Na árvore de natal flutuando no meio do Capibaribe. Nos tetos luminoso das pontes do Recife. Nas estrelas gigantes penduradas ao longo da Av. Agamenon Magalhães.. Nos meninos Jesus e manjedouras espalhadas pelas praças da cidade.
Mas eu sei mesmo que o ano acabou porque ele diz adeus dentro de mim e eu fico triste. Porque é de mim mesma que eu me despeço quando o ano acaba. E é a mim que dou as boas vindas. E a tudo que poderá ser de mim...
Texto mais lindo desse mundo!!!
ResponderExcluirPor isso, me atrevi a postá-lo em meu blog com as devidas referências.
Você consegue traduzir os sentimentos né?!!
Beijo beijo