segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Fome



“Mas não é agindo apenas sobre o corpo dos indivíduos, degradando-lhes o tamanho, mirrando-lhes as carnes, roendo-lhes as vísceras e abrindo-lhes chagas e buracos na pele, que a fome aniquila o homem. É também atuando sobre seu espírito, sobre sua estrutura mental, sobre sua conduta social.

No estudo da influência da fome sobre o comportamento humano devemos considerar, em separado, a eventualidade da fome aguda das épocas de calamidades e a da fome crônica, latente ou específica.

Nenhuma calamidade é capaz de desagregar, tão profundamente e num sentido tão nocivo, a personalidade humana como a fome, quando atinge os limites da verdadeira inanição. Fustigado pela necessidade imperiosa de comer,o homem esfomeado pode exibir a mais desconcertante conduta mental. Seu comportamento transforma-se como o de qualquer outro animal submetido aos efeitos torturantes da fome(...)
Josué de Castro, 1957

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Deus, me ensina a dançar?



"Nietsche disse que jamais poderia crer num Deus que não dançasse. E ele está certo. Estava. Porque Jesus de Nazaré é Deus que dança. O pai do filho pródigo não só manda botar um anel no dedo, sandália nos pés, a dar ao filho a melhor roupa, mas também manda matar um novilho cevado; mas também manda contratar a melhor banda da cidade; e chama os convidados. E é o irmão mais velho, que tem uma cabeça neuroticamente religiosa, como a dos fariseus, é que chega, e vê a festança, e se nega a entrar..."
Caio Fábio

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Maternidade



Uma coisa que eu tenho aprendido nesse ano de pediatria e g&o é que é preciso muita raça pra ser mãe. Raça pra gestar. Raça pra parir. Raça pra cuidar. Raça pra dedicar sua vida. Mudar completamente de vida. Raça para passar noites em claro. Raça para lutar pela vida do seu filho. Raça, algumas vezes, para se despedir dele. Ser mãe deve ser algo indescritível. Coisa que só mãe sabe o que é ser. Mas é tudo menos fácil. Deve existir algo de sobrenatural na maternidade... a mulher deve receber do alto alguns superpoderes sem os quais seria impossível cumprir sua tarefa. Mas e quando raça é tudo que se tem? Quando não se tem instrução, nem feijão, nem berço, nem luz, nem casa, nem saúde, nem pai, nem nada? (...)



Ah Deus, derrama Tua Graça...

Plantão


Stop.
Foi a vida que parou.
Não foi o automóvel...

domingo, 20 de novembro de 2011

Sobre a Saudade




"Uma saudade infestada  toda a vida sempre tive
que não sei como se vive sem ter saudade de nada.
Até mesmo um camarada quando faz uma partida
Nos deixa por despedida uma saudade encravada.
Não ter saudade de nada é não ter nada na vida.
Pra falar a verdade, neste meu viver sentido,
a minha vida tem sido a morada da saudade
Porque sinto em quantidade de uma pessoa querida
Que foi desaparecida, mas a saudade é dobrada.
Não ter saudade de nada é não ter nada na vida.”
Manoel Filó.

domingo, 16 de outubro de 2011

O Menino do dedo Verde



"Se só viemos ao mundo para ser um dia gente grande, logo as idéias pré-fabricadas se alojam facilmente em nossa cabeça, à medida que ela aumenta... Mas, quando a gente veio à terra com determinada missão, quando fomos encarregados de executar certa tarefa, as coisas já não são tão fáceis. As idéias pré-fabricadas, que os outros manejam tão bem, recusam-se a ficar em nossa cabeça: entram por um ouvido e saem pelo outro, e vão quebrar-se no chão."

 Maurice Druon

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Talvez


"You broke the bonds, and you loosed the chains
Carried the cross and all my shame, You know I believe it
But I still haven't found what I'm looking for"




Agora que me perdi, talvez eu finalmente me encontre.
Talvez, perdida assim, esteja finalmente trilhando o caminho certo
Talvez se perder não seja assim, de todo ruim. Lembra de todas as vezes
que você sabia para onde estava indo, sem chegar a lugar algum?
Talvez esta incerteza que  incomoda seja melhor do que as certezas que pensamos ter.
A certeza acomoda.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Borboleta


As vezes uma tristeza vinda de não sei onde vem me visitar
Pousa no meu peito. Fica alguns minutos. E depois vai embora
Feito borboleta. Feito passarinho.
Procurando alegria para se alimentar

 (....)

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Cora Carolina



Não sei...
Se a vida é curta...
Não sei...
Não sei...

Se a vida é curta ou longa demais para nós
Mas sei que nada do que vivemos tem sentido, 
se não tocarmos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser: colo que acolhe,
braço que envolve, palavra que conforta,
silêncio que respeita, alegria que contagia,
lágrima que corre,  olhar que sacia, amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo: É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não seja nem curta, 
nem longa demais, mas que seja intensa,
verdadeira e pura... enquanto durar

Cora Carolina